O Rock hoje em dia já mudou!

O Rock hoje em dia já mudou!
É por isso que eu corto o meu cabelo

Rock in Roll, fidumaégua!

Não, não estou frisando alguma vantagem desse estilo musical. Muito menos questionando os princípios da senhora sua mãe, leitor. “Rock in Roll, fidumaégua!” fora um dos bordões que tanto vibrava em alguma garganta no último Camping & Rock – festival no qual as pessoas se juntam por 4 dias curtindo shows, bebidas e ótimas companhias. O encontro ocorria na Serra do Cipó, mas faz alguns anos que o portal fora codificado em Itabirito.


Todo ano minha presença no citado festival nunca se concretizava, mas nesse 2009 tive o prazer de participar dessa “outra dimensão” – como muitos disseram. Naquele mar de barracas, os preconceitos parecem ser deixados para trás catalisando numa das melhores festas que fui – talvez a melhor.


As bandas tocavam ao anoitecer e permaneciam até o alvorecer para muitos. Tivemos de Raul Seixas à Black Sabbath, esbarrando por AC/DC, entre outros. Mas, não obstante a qualidade do som, as pessoas que ali estiveram deram primazia na socialização. Bebi em uma tenda à convite do augusto Sorriso, conheci pessoas por intermédio da Rah, que por sua vez conhecera por intermédio do computador. Mas uma vez no festival, estava todo mundo junto como amigos se encontram após 10 anos de nostalgia.


Não pude conhecer a Sílvia, uma distinta senhorita de bem que todos os presentes amavam. Ela também possuía um bordão carinhoso que se esvaía do esôfago de qualquer um: “Ô Sílvia! Piranha! --- Solteira!”. Era como uma canção alegre de homenagem...


Fiquei surpreso ao assistir a tradicional Lona, onde uma galera descia escorregando num lamaçal com sabão e água por um barranco, em cima de uma lona. Alguns até se engajaram contra as coisas mundanas, e resolveram descer como vieram ao mundo, ou seja, com o pau pra fora mesmo. Causaria estranheza em qualquer outro lugar, mas estamos falando sobre o Camping, venerado leitor.


De certo, o Caming & Rock proporciona várias histórias: Não pude deixar de participar de um mosh, como é de praxe, e saí com uma marca que há muito não conseguia; Um curral de cabras era chamado de puteiro por uns e de "rango" por outros; Caguei no mato, literalmente; E pude conhecer pessoas cuja simpatia era exorbitante.


Como um amigo havia me dito, tal festival é para se libertar mesmo. Conto os dias para próximo. Eu, que vos escreve, lhe encontro , oras.


Quando estava indo embora, com a tristeza consolidada em meu peito pela semana que viria pela frente, com a realidade voltando para me dar um soco e dizer que outra dose é ano que vem, coloquei a cabeça para fora do carro e gritei: “Rock in Roll!!!!!”. Algumas pessoas que estavam entrando em um ônibus completaram o bordão em uníssono: “Fídumaégua!!!”.

Autor: Gabriel Sales (saca rolha)


quarta-feira, 30 de março de 2011

Para Além Das Expectativas...


Por Marco Antônio Neri.




No último dia 19, o bar BECO, localizado na rua Direita da histórica Santa Luzia em Minas

Gerais, foi palco para a sua primeira edição do festival Grito Rock , e também do lançamento

oficial do Coletivo NAMARRA.

Com uma produção totalmente independente , a expectativa era modesta, porém, segura. Oitenta pessoas era o número aguardado para noite. Contudo a noite prometia e pedia mais. Superamos o esperado e sendo uma ótima surpresa para todo o Coletivo.

Quando o Power trio Jardim Elétrico, prata da casa subiu ao palco, não desperdiçou a

oportunidade e mostrou por que é uma das mais comentadas da cena local. Já da capital

mineira, a banda Chuva a Granel com sua bem sucedida fusão de jazz, blues e música

brasileira, apresentou um show maduro,coeso e cativante. Destaque para sua competente

e carismática vocalista. Fechando a noite, a veterana Cidadão Comum, de Ribeirão das

Neves ( região metropolitana de Belo Horizonte), trouxe o elogiado “Enquanto isso na cidade

dormitório”. Disco de estréia que mereceu destaque na imprensa mineira, sendo o lançamento de fevereiro do compacto.REC.

O teatro, as artes plásticas e a literatura, trariam ainda mais cor para a noite. O grupo

ENGRENA, palco Fórceps de Sabará, em sua primeira ação fora da cidade natal, apresentou

duas cenas curtas de grande repercussão.

Alexandre Rodrigues e Eduardo Punkito, artistas locais, foram os responsáveis pela bela e moderna exposição que explorou tanto o espaço interno quanto o externo da casa, em um diálogo direto com o público.

Completando esse diverso cardápio cultural, houve o lançamento e distribuição, gratuita, do zine orFEL. Tendo esgotado seus cinqüentas exemplares.

Como se vê, noite melhor impossível. Alegria, surpresa e sensação do dever cumprido estampado no rosto daqueles que acreditaram desde o início, que até aquela noite havia uma cidade não muito clara em relação a seus objetivos culturais, e que agora já não há.

Que cidade se tem? Ainda não se sabe. O que se sabe, é que já é outra...

Gostaríamos muito de agradecer a as valorosas presença de sábado.

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